segunda-feira, dezembro 24, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Devaneios Narrativos
16 Nov. 07
sábado, dezembro 01, 2007
My Favourite Game
I don't know what you're looking for
you haven't found it baby, that's for sure
You rip me up, you spread me all around
in the dust of the deed of time
And this is not a case of lust, you see
it's not a matter of you versus me
It's fine the way you want me on your own
but in the end it's always me alone
And I'm losing my favourite game
you're losing your mind again
I'm losing my baby
losing my favourite game
I only know what I've been working for
another you so I could love you more
I really thought that I could take you there
but my experiment is not getting us anywhere
I had a vision I could turn you right
a stupid mission and a lethal fight
I should have seen it when my hope was new
my heart is black and my body is blue
And I'm losing my favourite game
you're losing your mind again
I'm losing my favourite game
you're losing your mind again
I'm losing my baby
losing my favourite game
I'm losing my favourite game
you're losing your mind again
I tried, I tried, (but you're still the same) I tried
I'm losing my baby
you're losing a saviour and a saint
The Cardigans
sábado, novembro 03, 2007
És o meu local errado
Se páras a minha pele cicatriza. Se continuas nesses teus movimentos, a dor em mim é tão grande que deixo de sentir. Acomodo-me à dor, ela deixa de ser e eu julgo já não estar agrafada. Depois tu voltas a parar, e quando retomas esse teu rumo movimentado a minha pele cicatrizada rasga uma vez mais.
O meu desejo é ter os agrafos enferrujados, é tê-los demasiado velhos para se prenderem e a pele demasiado fraca para poder ser presa. É abandonar-me e esperar que rasgues a minha pele de uma só vez. Que eu ao teu lado não sou. Que eu ao teu lado não consigo. Preciso que dês todos os passos para longe de mim. Onde não te cheire, onde não te lembre. Porque tu és o meu local errado.
[imagem: SweetSerenity]
sábado, outubro 27, 2007
Afecto
Era quase meia-noite e o dia estava para acabar. Já deixaria de ser o meu dia. Aquele dia a que todos dão especial importância e o qual, na realidade, pouco siginificado tem. No entanto, havia ainda uma prenda por oferecer. Uma prenda prometida, ainda não cumprida.
Chamei-o. Larguei as folhas que tinha comigo e corri para a casa-de-banho para me preparar. Fiz questão de me vestir de forma provocadora. Usei o vestido que lá ficou da última vez e as meias que ele me ofereceu. Esperava agora pela sua chegada, entre pequenas corridas do quarto para o armário e para a casa-de-banho. A única luz que existia vinha do meu quarto e todo o resto da casa estava mergulhado na penumbra. Não havia preparação. Apenas um corpo quente e um desejo aceso.
A campainha tocou e a voz grave dele no intercomunicador aproximou o momento e aumentou a ansiedade. Subiu e precisou bater à porta porque, ainda na correria, esquecera-me de lha abrir. Rodei a maçaneta e, lentamente e escondendo o corpo atrás da porta, permiti-lhe a entrada. Olhei-o com o sorriso tímido de quem não se encontra totalmente confortável. Olhou-me com o sorriso confiante e satisfeito de quem gosta do que vê, e beijou-me. Prendeu-me em beijos, os dois encostados à porta fechada. Sem palavras, no silêncio da saliva que se partilha entre duas bocas que se desejam.
Não sei quanto tempo passou até ele me puxar pela mão até ao quarto. Entrámos. Eu junto à cama, ele fechando a porta atrás de si. Caí no erro de falar, mas rápido a boca dele abraçou a minha e os nossos corpos caíram na cama. Dois corpos que se queriam ainda antes de se encontrarem. Dois corpos que aos poucos se tocavam, despiam, acariciavam, num êxtase crescente que concretiza a paixão da carne. Esse momento, que eram muitos momentos, criou-se num silêncio que estremecia. No silêncio dos murmúrios, dos olhos fechados, dos corpos quebrados em prazer. Os momentos sofriam metamorfose. Os movimentos amadureciam. Os movimentos de luxúria e os movimentos de carinho. O carinho que passeava na pele, nos sussurros, no abraço dos olhares, de lábios em lábios.
Uma noite. Uma prenda. Poderia ser oferecida em qualquer dia, por qualquer motivo, sem motivo, com o único objectivo de deleitar dois seres que desejam, procuram, satisfazem. Dois seres de paixões. Dois seres de caprichos. E depois, o suor e o odor que desaparecem. E depois, a lembrança que fica. Uma noite que toca onde poucas vezes se sente.
finalizado a 27 de Outbro de 2007
sexta-feira, setembro 28, 2007
Não muito distante
Eu queria mais alegria,
isso é que eu queria,
alegria a correr todo o ano
era só isso que eu queria, mais alegria,
mas não foi, não foi bem, o meu caso
É que eu também já sabia,
eu já sabia,
já sabia qual era o engano
é que eu não tive o que eu queria, quando podia,
e depois, mais alguém, nunca mais
Disse-me um dia, não muito distante
Volta num dia, não muito distante
Quem sentiu o que eu sentia, quando partia,
e partia levando o encanto
Fica a saber que eu choro, por tanta alegria
como eu sei, sei tão bem, e não tive
Disse-me um dia, não muito distante
Volta num dia, não muito distante
e eu disse um dia, não muito distante
Disse-lhe um dia, não muito distante
Madredeus
segunda-feira, setembro 17, 2007
Conclusões tão conclusivas
- Uma merda, portanto. E a merda só serve para adubar. Tal como as cinzas. Faça-se de mim cinzas, então, para que eu tenha um papel a desempenhar no mundo.
sábado, setembro 15, 2007
Atracção
E ali estavas tu, sozinho, encostado à parede a olhar em redor alheadamente para todos os que passavam. O coração dela disparou ao ver-te e sentiu o rubor crescer nas suas faces. Disfarçava, porém. Ou tentava disfarçar. O calor que crescia no seu corpo e a ansiedade que turvava o pensamento eram difíceis de disfarçar.
Passou por ti e tentou exprimir um “olá” imparcial, vulgar. Mas os teus olhos grandes e expressivos a olharem para ela confundiram-na e o seu calor corporal, quase vergonhoso, intensificou-se ainda mais. A tua presença perturbava-a. Ela sabia-o e era impossível negá-lo.
Continuou o seu percurso e fingiu não te ver mais. Afinal, iria estar ocupada. A aula que se seguiria, pouco tardava a começar. Além do mais, estavam imensas pessoas no corredor e ela não se ia entregar à triste figura de furar os espaços livres com o olhar só para te avistar. Contudo, em alguns momentos, não resistia e saciava a sua sede de te observar. Mas rápido desviava o olhar e distraia-se a conversar com outras pessoas.
Esta atracção irresistível por ti tornava-se insuportável. Não queria sentir esta força incontrolável, mas não conseguia resistir-lhe, guiada pelo desejo de te ter, ainda que com o olhar, apenas.
09.10.06
quarta-feira, setembro 12, 2007
Livre do passado
- Não se trata de esquecer. O que importa é aprender a lembrar e, ao mesmo tempo, estar livre do passado. É importante aprender a forma de estar ali, com o morto, e ao mesmo tempo estar aqui, neste lugar, com os vivos.
Lançou-lhe um sorrisinho triste e acrescentou:
- Não é fácil.
Aldous Huxley, in A Ilha
terça-feira, setembro 11, 2007
Only
Fading away
Well you might say
I'm losing focus
Kind drifting into the abstract in terms of how I see myself
Sometimes I think I can see right through myself
Sometimes I think I can see right through myself
Sometimes I think I can see right through myself
Less concerned about fitting into the world
Your world that is
Because it doesn't really matter
(no it doesn't really matter anymore)
None of this really matters anymore
Yes I'm alone but then again I always was
As far back as I can tell
I think maybe it's because
you never were really real to begin with
I just made you up to hurt myself
And it worked.
Yes it did!
[Chorus]
There is no you
There is only me
There is no you
There is only me
There is no fucking you
There is only me
There is no fucking you
There is only me
Only, Only, Only
The tiniest little dot caught my eye
and it turned out to be scab and I had this funny feeling
Like I just knew it was something bad
I just couldn't leave it alone, picking at that scab
Was a doorway trying to seal itself shut
But I climbed through
Now I am somewhere I am not supposed to be,
and I can see things I knew I really Shouldn't see
And now I know why (yea now I know why)
Things aren't as pretty
On the inside
Nine Inch Nails
segunda-feira, setembro 10, 2007
sábado, setembro 08, 2007
sexta-feira, setembro 07, 2007
Heart's Dialogues
He: Don't you cry when we're through. I got a cold cold heart, I do.
She: You look so fine, I want to break your heart and give you mine. You're taking me over.
He: Growing hold, faking new, something borrowed and then again something blue. My cold heart can't go wrong and it gets me around in bounds along.
She: It's so insane! You've got me tethered and chained. I hear your name and I'm falling over.
He: Can't define what is love. Should I then pray out to the one above?
She: You come on like a drug, I just can't get enough. I'm like an addict coming at you for a little more and there's so much at stake, I can't afford to waste.
He: I don't have that stuff you need, but I can get down on my knees. I'll ease your pain, your appetite, for today it's ok, it's alright. It's alright as long as I don't have to stay, my cold heart can't take it any other way.
She: I don't care. I want you to stay and hold me and tell me you'll be here to love me today.
He: "Long before I knew you there was someone who cared that warned my heart and made it part so high above the land."
She: A memory from your lonesome past keeps us so far apart. Why can't I free your doubtful mind and melt your cold cold heart?
He: Out of luck, knock on wood and I just left you because I could. My cold heart, who could tell? That all this silence would burn and turn to hell.
She: I used to adore you, I couldn't control you. There was nothing I wouldn't do to keep myself around and close to you.
He: I know what you're going through. I feel like I already know you. Why don't you come here near the light? It's ok. It's ok. It's ok. It's ok. It's alright.
She: You hold my hand, but do you really need me?
He: I don't have that stuff you need.
She: I'm just sitting here waiting for you to come on home and turn me on.
He: But I can get down on my knees. I'll ease your pain, your appetite, for today it's ok, it's alright.
She: Bend me, break me, any way you need me. All I want is you. Bend me, break me, breaking down is easy. All I want is you.
He: It's alright as long as I don't have to stay. My cold heart can't take it any other way.
She: Please me, tease me, go ahead and leave me.
He: It's alright as long as ice can't turn to stone, I won't be alone.
She: That sinking feeling when you are leaving, all I believe in walks out my door.
He: Don't you cry when we're through, I've got this cold heart because, because I do.
She: Do what you want to do, just pretend happy end. Let me know, let it show. Ending with letting go, let's pretend happy end.
[As letras de "He" são da música Cold Heart de David Fonseca e as de "She" são das músicas Cold Cold Heart, Be Here To Love Me, Thinking About You e Turn Me On de Norah Jones e das músicas Temptation Waits, Special, I Think I'm Paranoid, Wicked Ways e You Look So Fine de Garbage.]
terça-feira, setembro 04, 2007
segunda-feira, setembro 03, 2007
Não há regras no sexo
Perde-se o constrangimento, a vergonha, ganha-se a coragem, a ousadia. No sexo somos outros e permitimos a expressão do nosso ser primitivo. O animal que é em nós revela-se, na excitação, nos movimentos, no transpirar, nos gemidos,... Um outro em nós. Um outro de nós. Nós. Somos na cama os selvagens que não conseguimos ser na rua. E por isso mesmo o prazer é tanto. E por isso o sexo é libertação.
domingo, setembro 02, 2007
Pormenores
terça-feira, agosto 28, 2007
Ignorância como sobrevivência
Acredito no conhecimento e acredito na procura do conhecimento, mas aceito o zeitgeist, que há momentos para a descoberta. A sabedoria nasce de uma dança harmoniosa entre o conhecimento e o crescimento, por isso aceito que a ignorância é um patamar que nos permite o acesso a novos degraus sem tropeçarmos.
O não saber é um porto seguro e todos nós precisamos de um. A ignorância é sobrevivência porque sem ela não haveriam calmarias nas tempestades dos nossos mundos.
Hoje compreendo o poder da ignorância e sei que esse conhecimento foi acedido porque cresci. E continuo a crescer...
sexta-feira, agosto 24, 2007
Exercício dos 5 minutos
Não sabia se olhava para o sangue escorrer ou se simplesmente encarava a parede da casa-de-banho até... até não ser preciso preocupar-se com isso ou qualquer outra coisa.
quarta-feira, agosto 22, 2007
sábado, agosto 18, 2007
Shirley Manson
Fuck, "when I grow up" I want to be like her.
"Shirley Manson is what we call, hardcore. Everything she does, from her songs and her lyrics to her life has her 100% effort and attention." (AskMen.com )
sexta-feira, agosto 17, 2007
Exercício das Palavras I
- café
- baunilha
- lençóis
- ballet
Do quarto chegavam os roncos de um desconhecido encontrado na noite anterior. Ela mirava os seus pés descalços semi-encobertos pelo lençol e preocupava-se em não chegar atrasada à aula de ballet. Num impulso dirigiu-se ao quarto, abriu os estores acordando o jovem mais pelo barulho do que pela luz que lhe lavava a cara directamente.
Rapidamente se sentou e a fixou. Lara com frases curtas, mas um sorriso dócil informou-o de que tinha de ir embora. Voltou à cozinha, levou-lhe uma caneca de café e insistiu na urgência por causa da sua aula. Enquanto ele apanhava as roupas do chão e se vestia, ela desfazia a cama e continha a expressão de nojo que o perfume de baunilha dele lhe causava. O cheiro impregnava os lençóis e por isso apressou-se em enfiá-los na máquina de lavar. Ele não acabara o café, mas já estava vestido, então indicou-lhe a saída, acompanhando-o à porta e despedindo-se com dois beijos inocentes.
- Posso voltar a estar contigo?
- Hã... como era mesmo o teu nome?
- Ricardo.
- Ok, Ricardo. Gostei muito da noite, mas precisas mesmo de ir.
De novo o sorriso e a porta fechou-se. Era tempo de se aprontar para mais um dia.
domingo, agosto 12, 2007
Simbiose
terça-feira, agosto 07, 2007
Livro do Desassossego
Bernardo Soares
domingo, agosto 05, 2007
Conclusões III
sexta-feira, agosto 03, 2007
Descontração
Enquanto mergulhava os pés na piscina, uma andorinha sobrevoava a água em voos rápidos como se desafiasse algo ou alguém. O sol brilhava lá no alto do céu e Norah Jones fazia-se ouvir na aparelhagem atrás de mim. O dia estava magnífico e eu ansiava por um bloco e uma caneta para o poder descrever. Mas não me apetecia pensar demasiado. O meu verdadeiro desejo consistia em apreciar o momento. Fechar os olhos, lançar a face ao céu, agitar as pernas na água fresca e respirar.
Inspiro, expiro… inspiro, expiro… até sentir cada centímetro de pele no meu corpo, inspiro, expiro… até ser sensível ao som do passeio das formigas na relva, inspiro, expiro… até transcender não sei bem o quê. Simplesmente ser e sentir, na borda daquela piscina, com aquela andorinha a sobrevoar os meus pensamentos e Norah Jones para os embalar.
quarta-feira, julho 25, 2007
Horas (de pânico) antes
EDIT: post escusado. Se bem que haveria muito a dizer sobre este tema. Dadas as circunstâncias não o abordarei. Pelo menos para breve. (03.08.07)
quarta-feira, julho 18, 2007
Um sonho
Apenas uma semana se havia passado e a mim parecia-me muito mais. Até aquela altura nunca tinha estado mais que dois, três dias longe da sua presença. E custava-me tanto não poder estar com ele. Desde o início daquela época, essa semana foi a pior que passei naquele lugar. Ele fazia-me falta e só me apercebi do quanto naquela semana.
Ele voltou. Era noite e estávamos no café, como de costume. Era Verão e a janela atrás da nossa mesa estava aberta. Senti que a noite estava diferente. Não sabia porquê, mas o ar que inspirava alegrava-me e essa alegria despertava as borboletas da barriga. Estávamos à porta, a sair do café, quando o vi lá fora, muito quieto a olhar para mim. Parei a olhá-lo também. Ele estava diferente. O seu olhar e a sua postura evidenciavam decisão, como se estivesse prestes a revelar algo. Os outros passaram, cumprimentaram-no e foram embora. A Soraia, porém, demorou-se um pouco mais e ficou à conversa com ele.
Sentámo-nos os três nas escadas da entrada do café. Relaxado, ele contava maravilhas sobre a sua viagem, de como tinha adorado e de como ainda estava fascinado. Eu olhava-o atenta e sorria quando ele me olhava. Algum tempo depois também a Soraia se despediu e restámos nós, sentados lado a lado. Ele olhava-me com uma alegria imensa e o meu coração palpitava tanto que só ouvia o seu bater e nada mais. Até que ele tocou uma madeixa do meu cabelo e me disse o que há tanto queria ouvir. Perguntei-lhe por ela, mas ele apenas fez sinal com a cabeça e eu percebi que ela agora estava no passado. Acariciou-me a face e gentilmente abraçou os meus lábios com os dele numa meiguice intensa, e eu rendi-me. Esqueci os problemas e as mágoas do passado e concentrei-me no presente. Levantámo-nos, demos as mãos e caminhámos em direcção ao centro. Entretanto amanhecera e o chilrear dos pássaros embalava o nosso caminhar. Olhei-o uma vez mais antes de enlaçar a sua cintura e proteger-me no seu braço. Nunca antes eu me lembrara de me sentir tão bem. Era feliz no seu abraço e nada mais importava. Encontrara o meu conforto. O meu sorriso. Passámos o centro e ele levou-me para a sua casa.
domingo, julho 08, 2007
Sobre Relacionamentos
Krishnamurti
sábado, junho 09, 2007
Pranto demente
O som da aparelhagem entorpece os sentidos. Não ouço nada mais senão a música em mim. Os carros lá em baixo transitam em mudez e as pessoas só movem os lábios. A brisa que é suave, a pele sente. As unhas nos braços, nem as sei. Há uma sensibilidade desconforme em mim. O céu exige o meu voo, a varanda empurra-me, o corrimão segura-me. Não estou em mim. Mas existe um mergulho que me afoga. E não vejo a superfície, os meus olhos cerram quando olho para cima. O que é profundo agarra os meus tornozelos e há uma força que me atrai e uma fraqueza que leva o meu olhar para o fundo. Desço. Em mim e por mim permito-me escorregar. Despida e descalça palmilho o pensamento. Espeto os pés nos vidros estilhaçados e firo a carne nos espinhos que se projectam das paredes da memória. Há sangue e as batidas aceleradas do coração. Há lágrimas desamparadas que nascem ininterruptamente. E surge, de novo, a vontade de ferir, de me ferir, de marcar, de fazer história no meu corpo. Porque há necessidade de perpetuar o momento. Há necessidade de relembrar que o pranto existe e apavora e me guia em pensamentos débeis. E o mais sério é o prazer que retiro desse estilhaçar do ser.
domingo, maio 27, 2007
domingo, maio 20, 2007
What's the point?...
...
domingo, maio 06, 2007
Conforto de um abraço
...because I "can´t get away from the burning inside"...
sábado, abril 21, 2007
(cont.)
Necessidade de encontrar um tema que me faça escrever, escrever, escrever...
Não ser, sendo
Nos meus dentes está depositada grande parte da minha raiva e por isso mordo, com toda a força, com toda a convicção, com toda a mágoa e desejo. Gosto quando os dentes espetam a carne e ferem e sabem ferir. Sabe-lhes bem e eu não os controlo, por isso tenho a boca e os lábios cortados, marco os dedos, as mãos e os braços e doem-me os maxilares.
Existe tensão, existem conversas inexistentes, existe mágoa, existe uma mente saturada e um coração ignorado. Existe necessidade de explosão. Mas não expludo, então ranjo, mordo e sorrio.
[Incompleto?]
domingo, abril 08, 2007
Sem título
Tanto lutei para escrever de cabeça que barrei passagem à fonte de toda a escrita. Tanto quis escrever "bonito" que perdi por completo a noção do que isso era. Tanto quis ser escritora que acabei por ter as folhas em branco e a caneta a transbordar de tinta. E dói. Mutilei-me na ânsia de me melhorar. Amputei o que era necessário por julgar dispensável e até incomodativo. E agora encontro-me nesta posição de querer fazer e já não saber como.
"Ele tinha muita razão quando disse: 'Podias ser mais criativa se não ligasses tanto aos outros. Precisas de reescrever uma frase 1001 vezes.' E por isso o meu processo de escrita centra-se mais num passo do que nos outros: paragem."
quinta-feira, abril 05, 2007
Desafio do 7 (recebido de Hasta Siempre... por ti!)
- dormir: predilecção da minha vida;
- acordar com sono: desde que me lembro, por muito ou pouco que durma tanto faz que a vontade de pôr a pé é sempre mínima;
- escrever sms: quem sempre teve o tarifário Pako aprende a dizer tudo o que quer em 160 caracteres de forma perceptível (não se entenda que é uma coisa que eu faço muito porque não é verdade);
- ver televisão: consigo ficar uma tarde inteira a devorar séries e filmes sem me aperceber que entretanto o mundo lá fora se transforma (dia passa a noite e assim);
- esquecer: de todo o tipo de tarefas (importantes ou mesquinhas) e objectos;
- deixar as coisas a meio: em praticamente tudo! (o que diz no meu signo? está errado!);
- guardar talões: desde que entrei na Universidade guardo os talões de absolutamente tudo! (vá-se lá saber porquê).
- andar de patins: não tenho nem nunca tive e só andei uma ou duas vezes, gostei, mas não eram meus;
- atirar lixo para o chão: que porcalhice! (olho com desdém e estupefacção quem o faz);
- matar insectos: não consigo, não tenho coragem e faz-me impressão, e quando, eventualmente, o faço é só em caso muito extremo ou sem querer;
- acender a lareira: eu juro que já tentei, mas aquilo apaga-se sempre;
- pôr a roupa a lavar na máquina: o mais difícil é separar a roupa branca da de côr (parece fácil, mas não é!), já o fiz algumas vezes, mas penso sempre que estou a fazê-lo da maneira errada;
- desligar-me dos pormenores: sublinhar textos, fazer resumos, sintetizar qualquer conversa ou história, etc. é difícil porque me custa omitir os pormenores;
- representar: dor da minha vida, adoro, mas há que ser realista (talvez no futuro).
- Olhos: grandes, não interessa a côr, de pestanas compridas, expressivos, observadores, atentos, com um misto de meiguice e confiança;
- Sorriso: aberto, alegre, simpático, sincero (um bom sorriso conta mais que muito);
- Mãos: médias, de dedos esguios, mas com personalidade, jovens, ágeis, intitulo-as "mãos de artista" por serem o oposto das "mãos de trabalhador", fortes, calejadas, ásperas (sem qualquer insulto implícito);
- Inteligência: o conhecimento é bom afrodisíaco;
- Auto-confiança: deve ser por isso que os "brutos" têm o seu encanto;
- Maturidade: e aqui incluo a compreensão;
- Sentido de humor: adoro brincar e dizer parvoíces e a "carrancudice" não vibra a essa frequência.
- Merci;
- Esqueci-me;
- Já vou;
- O que é o comer? (sim, eu digo "comer" em vez de "comida" :S);
- Espera aí;
- Olá;
- Tipo (muitos de nós usamos o "tipo" como bengala a conversar).
- Anthony Hopkins (qualquer um);
- Jude Law (Alfie e as Mulheres, Cold Mountain, Closer, A.I., ...);
- Jonhnny Depp (Charlie e a Fábrica de Chocolates, Donnie Brasco, A Janela Secreta, ...);
- Keanu Reeves (Matrix, Dom, Constantine, Advogado do Diabo,...);
- Ewan McGregor (Trainspotting, Moulin Rouge, A Ilha, ...);
- Natalie Portman (Closer, A Guerra das Estrelas, ...);
- Milla Jovovich (Joana D'Arc, Quinto Elemento, ...).
- Gato (http://blogdogatopreto.blogspot.com);
- Pintelho (http://diariodeumpintelho.blogspot.com);
- Psychotic (http://sensibilidadesplausiveis.blogspot.com);
- Ciro (http://ciromiranda.com.sapo.pt);
- Eremita (http://eremitta.blogspot.com);
- Perséfone (http://astheneia.blogspot.com);
- Miguel (http://hauntedhome.blogspot.com).
quarta-feira, abril 04, 2007
Covarde
sábado, março 24, 2007
domingo, março 11, 2007
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Razões de desconfiança
Somos tantas vezes bonitos, fofos, o máximo, fixes, 5 estrelas, as pessoas mais amigas e espectaculares que alguma vez conheceram... Somos? Que dizem eles? Ouvem-se, leêm-se? Nem sabem o peso das suas palavras... As palavras querem-se sinceras e respeitadas!
Por acaso sabem que sou irónica, por vezes precipitando-me no sarcasmo? que por detrás desta voz aguda e ameninada também existem palavras rudes, cuja missão é atingir-vos. Sabem que quando realmente desejo algo não me consigo impedir de ignorar as vossas necessidades, preenchendo-me de egoísmo e egocentrismo e focando toda a minha atenção no alvo desejado?
Que é feito das menções aos defeitos quando se comenta uma pessoa na sua totalidade? Eu tenho defeitos. Todos têm defeitos. E quantas vezes não gostariamos ou precisariamos que nos dissessem directamente para que nos pudessemos emendar. Quantas vezes não prefeririamos palavras azedas e expressões de desgosto, ao invés de sorrisos amarelos e atitudes dissonantes com as palavras amáveis que com tão pouco empenho nos dirigem e que, logo, denunciam a existência de conversas ocultas.
Eu sei que erro. Todos erramos! E por isso são precisas discussões. Discussões francas, onde demonstremos respeito e apreço pelo outro e onde as nossas palavras sejam bisturis que abrem mas curam e não balas que furam e matam. Eu voto pela sinceridade e pela delicadeza também. Que é possível conjugá-las sem ser necessário sucumbirmos a tendências ou estereótipos.
E depois disto lerem, pensarão se eu própria sou assim. Para os que se perguntarem, eu respondo que não. E ao longo do texto vim a confessar-me. Escrevo sobre um ideal. Escrevo sobre os outros e sobre quem gostaria de ser. Eu, mais que muitas pessoas e como tantas outras, sofro do mal de não conseguir ser directa com receio de ser desgostada. Confesso ainda que quando o sou nem sempre alio a delicadeza às minhas críticas, tornando-me grosseira.
Preciso mudar, preciso melhorar. E aos poucos consigo. Muito lentamente, muito a modo e muito receosa, mas conseguirei tornar-me nem que seja numa ínfima parte do que tanto almejo. E para tal preciso saber, conhecer-me. O mundo da ignorância e do facilitismo nada de novo me traz. E bem sei que há quem me desgoste, com razão ou sem razão nem é chamado à questão, mas quão bom seria que se expressassem. Julgo que é pior não saber do que saber mesmo que isso implique dor. É que, na verdade, a dor desperta-nos e isso é um óptimo passo para a mudança.
Mudança. Progresso. Basta de viver presa ao passado.
terça-feira, janeiro 16, 2007
Tudo o que faço ou medito...
daqueles que memorizamos de tantas vezes o lermos
daqueles em que choramos ao ler o primeiro verso.
Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica
E eu sou um mar de sargaço -
Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.
Fernando Pessoa