segunda-feira, julho 28, 2008

Diário

15 de Julho de 2008
Olá!
Aqui me apresento após uns bons meses de grandes turbilhões. Turbilhões de eventos, turbilhões de emoções, turbilhões de pensamentos.
Ainda não encontrei uma lógica na minha vida. Ainda não aprendi a viver a minha vida. Mas talvez seja exactamente essa a minha demanda. Vou vivendo... Não de forma muito planeada. Acho que aprendi que os cálculos não valem de nada. Não adianta fazer previsões, elaborar planos... pensar que o futuro será do jeito que o imaginamos. Nem o que nos é mais pessoal, mais íntimo conseguimos controlar. Não controlamos o que sentimos. O que sentimos não é assim tão nosso, como julgamos ser. O nosso controlo das coisas é ainda mais limitado do que pensamos.
É como se uma força independente nos embalasse, por fora e dentro, lançando a nossa carcaça e as nossas entranhas ao sabor de uma corrente que não conhecemos.
Gostava de não ser tão humana assim e de não ter esta necessidade insaciável de mimo.

Catarina

domingo, julho 06, 2008

16 Nov. 2007

Hoje escrevo como quem realiza movimentos reflexos. Hoje não sei para quem escrevo, que há sempre alguém mesmo que não o saiba. Torno a escrever sem pensar. Sem planear, sem preparação, pressiono os meus dedos nas teclas (que já não posso dizer que pego na caneta porque não a há) e deixo que as palavras se formem à frente dos meus olhos. É belo, sabes? Falo contigo que talvez saiba quem és. Falo contigo porque afinal sei que me sabes. E falo contigo porque preciso mesmo muito de falar contigo. De extrair estas sensações por forma de desenhos em letras e dizer-te o que sinto cá dentro que varia como a noite e o dia. Por isso não me leves demasiado a sério, principalmente quando escrevo como quem realiza movimentos reflexos. Sabes que sou uma pessoa que se arrepende com facilidade. Tu conheces-me um pouco, sabes que isso é característico em mim por causa disso que tu sabes que eu não tenho muito, essa coisa que há quem chame de auto-estima. Mas a verdade é que se por vezes consigo afirmar isso como uma verdade muito certa para mim, no momento em que o faço duvido de toda essa certeza. Não sei como me sinto a maior parte das vezes e no entanto gabo-me de conseguir escrever sentimentos, emoções seja. Hoje escrevo como quem lê um texto sem perceber o que leu e isto é tão ridículo que não consigo impedi-lo de tão ridículo que é. Que por ser tão ridículo sinto-me liberta e sinto que preciso desta estupidez toda. Não será bem estupidez, porque o ridículo e o estúpido não são bem a mesma coisa. De qualquer das formas isto não interessa, se é que interessa alguma das coisas que escrevo. Escrevo simplesmente porque a música que ouço me inspira para isso. E a inspiração não tem propriamente de criar bons textos, escrita bonita, leitura aprazível, sabes? A inspiração tem de criar bem-estar e neste momento doem-me as bochechas do sorriso que carrego nos lábios há tanto tempo. (acho que é uma óptima frase para terminar este texto.)