quinta-feira, abril 28, 2005

Dimensões

Um ímpeto move-me à escrita
E dele alimento a caneta
Até que os olhos se perdem
No imenso branco do papel

Vagueiam perdidos no pensamento
Alheados do brusco sentir exterior
Que anestesia fortemente a alma
Tal é o choque do subtil com o real

Um real indefinido a todos
Porque vive de si para si
Reflecte-se em si mesmo
E a dimensão torna-se outra

O choque é então ilusão
Não chega a existir
Porque os diferentes reais
Jamais se encontrarão

Vivo assim num despertar
E adormecer ilusório
O exterior não existe em mim
Só o interior me engole

É o exterior ilusão?
Como é ilusão o choque de reais?
Do meu real com o real em si
Que é real e ninguém conhece

27-04-05

5 comentários:

Anónimo disse...

hummm este poema tem mt k se lhe diga..é para ser lido e relido..mas sabes..cada um tem o seu real e só depois o real de fora ou o real dos outros...ou então aquilo que nós pensamos real...
Acho k nenhum deles é ilusão..apenas sao reais diferentes :)

Bellatrix disse...

acabam sempre por se cruzar e daí nasce a arte*

voided disse...

...Mas que tentas mostrar, e por isso a escrita.
Bem-Vinda ao admirável mundo novo.

mdm disse...

Bonito poema.
A folha branca ficou certamente satisfeita com as palavras que lhe ofereceste!

Miguel disse...

quando chocam, nascem ou renascem as dúvidas. e daí nascem as respostas as dúvidas, espremidas até à arte, que foi o que fizeste aqui.

beijo :] *