No cenário da tua vida
Aclamas noites alucinantes
De gentes estonteantes
Que são tanto como tu
No teatro do teu olhar
Há quem note que a coragem
Não passa de uma miragem
Com preguiça de gritar
No repetir do teu mostrar
Inventas-te uma história
Que em ti não há memória
Porque sabes que não é tua...
Continuas a ensaiar
A conveniência do sorriso
O planear do improviso
Que te faz sentir maior
No artifício dos teus gestos
Pensas abraçar o mundo
Quando nem por um segundo
Te abraças a ti mesmo
E assim vais vivendo
E assim andando aí
E assim perdendo em ti
Tudo aquilo que nunca foste...
Quando um dia acordares
Numa noite sem mentira
E te vires onde não estás
Vais querer voltar para trás...
Toranja
Adoro esta letra porque me identifico com ela. E provavelmente muitas mais pessoas o farão. Vivemos num teatro em que o que mostramos é o que pensamos ser conveniente os outros verem. Dizemo-nos fortes quando trememos por dentro, dizemo-nos grandiosos quando nos sentimos pequenos ao lado de tudo e todos... dizemos o que não somos porque não sabemos olhar para dentro e vermo-nos e, assim, construimos uma personagem agradável aos outros olhos enquanto nos vamos perdendo nesse cenário falso e de mentira. Mas nada como a letra da música para exprimir as palavras ocas que vou tentando encadear.
P.S. Resolvi ocultar o refrão porque penso que não tem muito a ver com o que eu pretendia transmitir.
1 comentário:
Letra linda...mt bem escrita..perfeita :)
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