sexta-feira, dezembro 07, 2007

Devaneios Narrativos

Preciso sentir a tua presença esvair-se de mim para ser capaz de lhe dar valor. É como a vida, não é, meu amor? Preciso que não sejas garantido, nem constantemente presente, nem sempre certo. Preciso exactamente daquela quantidade de ti. A quantidade certa que não me intoxica até à morte e que não te eleva até ao esquecimento. Preciso de ti na medida certa. E para que eu perceba qual a medida certa, preciso sentir-te ao longe. Preciso sentir que preciso de ti. Que me fazes falta. Para saber o valor da tua presença, preciso conhecer a tua ausência. E precisamos oscilar entre isso para que isto não morra, meu amor. Precisamos equilibrar as nossas mãos em razão e emoção, no ponto certo, naquele ponto que nos permita ficar dentro um do outro todos os minutos, mesmo naqueles em que julgamos não estar lá. Milímetro a milímetro, precisamos de nós. Eu preciso do teu eu que é meu e tu precisas de mim exactamente da maneira que necessitas. E para que sejamos para o outro o nosso alimento, precisamos sentir a fome e só assim, meu amor, voltarei a ti e tu a mim.

16 Nov. 07

4 comentários:

Jacinta. disse...

Gostei muito.
:)
Parabéns *

chk disse...

Para variar gostei ;)

The Perfect Drug disse...

Grandes palavras.

Verdadeiras para aqueles que nelas acharem a verdade, mas universais o suficiente para todos se identificarem com elas.

Continua o bom trabalho!

S disse...

Adorei:)
Parabens:)