domingo, outubro 25, 2009
terça-feira, agosto 18, 2009
sábado, maio 09, 2009
sexta-feira, maio 01, 2009
Vão todos p'ro caralho!
Como se o sofrimento fosse desculpa para sermos o que somos.
E será? Eu costumo acreditar que sim.
Se não acreditasse nisso, não podia acreditar que não existem más pessoas.
Mas se Deus nos criou, simples e ignorantes, como viemos nós ter aqui? Por que é o caminho do mal o primeiro a ser escolhido e só mais tarde o caminho do bem? Por que é que conforme evoluímos, vamos para o bem? Ou seja, por que partimos do mal?
Isto leva-me a crer que o mal é necessário. Seja lá o que o mal for.
É que também acredito que não há injustiça. Que tudo existe da forma como deveria existir. Que umas coisas impulsionam outras e vivemos todos numa grande roldana, aliás fazemos parte dela.
Assim sendo, o que é o mal?
Se não há injustiça, também não há justiça. O que me leva àquela velha questão da unidade e da dualidade. Estamos em direcção à unidade? Tal como partimos do mal para o bem, partimos da dualidade para a unidade?
Mas se não acredito em injustiça e portanto também não acredito em justiça, não haverá dualidade. A não haver dualidade, embora nos continue a parecer que sim, não será tudo isto uma ilusão?
Só não conseguimos ver o grande plano, não é? Como peixes dentro de água que não sabem que estão dentro de água nem o que ela é.
Não sei se sempre achei isto, mas a melhor perspectiva há de ser aquela em que conseguimos ver as coisas do “lado de fora”. Se formos peixes dentro de um aquário, como poderemos ver as coisas desse prisma?
E isto leva-me à, também velha, conclusão: somos apenas ser humanos. E embora pareça muito, é tão pouco.
Não é fatalismo, porque também acredito que não ficamos por aqui. De facto, eu não sou um ser humano, eu vou sendo um ser humano. Até ao dia, ao momento, à altura, em que não precise de o ser. Até à altura... Já não sei o que escrevo.
A verdade é que quando apanhamos com um vaso em cima, ficamos mais atentos, pensamos melhor, ficamos mais fortes. E por isso digo sem pudor que me apetece mandar alguém p’ro caralho. Porque ainda sou humana e ninguém sabe o que me vai cá dentro. Sendo ou não cliché esta frase, ninguém conhece as entranhas de ninguém e por isso não me venham com conclusões e definições e juízos. Vão pr’o caralho aqueles que julgam que me conhecem, aqueles que ousam opinar sobre a forma como penso a vida com a arrogância dos ignorantes. Vão pr’o caralho hoje porque hoje sou ainda mais humana porque apanhei com um vaso em cima e o meu ego dói. Vão pr’o caralho porque só vos mandando pr’o caralho é que me sinto melhor, só vos mandando pr’o caralho... Que os ignorantes não sabem e por isso não os podemos mandar pr’o caralho.
O que eu queria mesmo era escrever um livro.