sábado, setembro 23, 2006

(alguns) Mecanismos de defesa do ego

(de acordo com a teoria psicanalítica)



Mecanismos de defesa do ego: estratégias inconscientes que a pessoa usa para reduzir a tensão e a ansiedade, fruto dos conflitos entre o id, o ego e o superego. São mecanismos que visam evitar a angústia resultante dos conflitos intrapsíquicos.


  • Recalcamento - pelo recalcamento, o sujeito envia para o id as pulsões, desejos e sentimentos que não pode admitir no seu ego. Os conteúdos recalcados, apesar de inconscientes, continuam actuantes e tendem a reaparecer de forma disfarçada (sonhos, actos falhados, lapsos de linguagem...).
  • Regressão - pela regressão, o sujeito adopta modos de pensar, atitudes e comoprtamentos característicos de uma fase de desenvolvimento anterior. Frente a uma frustração ou incapacidade de resolver problemas, a criança ou adulto regridem, procurando a protecção de épocas passadas. Assim, o nascimento de uma irmão pode levar uma criança a fazer chichi na cama (eunerese) ou um adulto, face a problemas, pode fugir à realidade refugiando-se em atitudes infantis (dependência excessiva, choro, chantagem...).
  • Racionalização - pela racionalização ou intelectualização, o sujeito, ocultando a si próprio e aos outros as verdadeiras razões, justifica racionalmente o seu comportamento, retirando assim os aspectos emocionais de uma situação geradora de angústia e de stress. Deste modo, com justificações racionais tenta explicar-se de forma "aceitável" porque se bateu no irmão, se faltou ao exame médico, se mentiu ao marido ou à mulher, etc.
  • Projecção - pela projecção, o sujeito atribui aos outros (à sociedade, a pessoas, a objectos) desejos, ideias, características que não consegue admitir em si próprio. São reflexos desde processo, frases como Fulano detesta-me; aquele indivíduo não suporta críticas; a sociedade não tem ideais solidários; a boneca é má..., quando é a pessoa que as profere que tem esses sentimentos.
  • Deslocamento - pelo deslocamento, o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objecto natural, mas "perigoso", para um objecto substitutivo, mudando assim o objecto que satisfaz a pulsão. Exemplos: o funcionário que sofre de conflitos no emprego e é agressivo ao chegar a casa; a criança que desloca a cólera sentida pelos pais para a boneca
  • Formação reactiva - pela formação reactiva ou inversão dos aspectos, o sujeito "resolve" o conflito entre os valores e as tendências consideradas inaceitáveis, apresentando comportamentos opostos às pulsões. Assim, uma pessoa pode ser demasiado amável e atenta com alguém que odeia; um sujeito afasta-se de quem gosta; manifesta uma excessiva caridade para esconder um sadismo latente; uma pessoa submissa e dócil pode esconder um dominador violento.
  • Sublimação - pela sublimação, o sujeito substitui o fim ou o objecto das pulsões de modo que estas se possam manisfestar em modalidades socialmente aceites. A eficácia do processo de sublimação implica que o objecto de substituição satisfaça o sujeito de forma real ou simbólica. Frequentemente, a sublimação faz-se através de psubstituições com valor moral e social elevado. Exemplos: um pirómano pode ingressar num corpo de bombeiros, modificando as suas relações com o fogo, agora utilizadas de forma socialmente reconhecida; o amor platónico pode esconder desejos considerados inaceitáveis pelo sujeito. A arte tem sido estudada como uma área que permite sublimações.
Fonte: Psicologia 12º ano (2ª parte), Manuela Monteiro e Milice Ribeiro dos Santos, Porto Editora (www.portoeditora.pt)


Decidi deixar-vos com este excerto, um pouco comprido, porque é realmente fascinante como podemos ver algumas pessoas aí retratadas.
E também para vos anunciar que entrei em Psicologia na Universidade do Minho e que estou muito contente com isso. Era o que eu queria e espero gostar muito do curso, apesar de já ter visto que tenho algumas cadeiras que não têm nada a ver com uma aluna que saiu de Humanidades (como é o caso de Fundamentos Matemáticos da Psicologia O.o).
Uma vez que esta semana, que começa já amanhã, é a semana de eu me mudar para Braga porque já começam as "actividades" e depois as aulas, penso que não vai haver possibilidade de eu actualizar o blog durante a semana, pelo que se o fizer, será exclusivamente ao fim-de-semana. Deixo, desde já, o meu aviso :)

P.S. Podem usar do vosso direito de não ler isto tudo! :p

segunda-feira, setembro 04, 2006

Desabafo "em cima do joelho"

És uma estúpida!


...

21.03.06

É triste aperceber-me que gosto de ti, verdadeiramente. É estranho dizê-lo. Mas gosto de ti, tanto quanto te odeio.



[Incapaz de dizer tudo o que sinto, fico-me pelas poucas palavras.]

sábado, setembro 02, 2006

Devaneios patetas

habituei-me ao cheiro da cebola nas mãos
já espremi limão entre os dedos e tentei eliminar o cheiro
confesso que não o fiz com muita convicção
de modo que o cheiro permaneceu
por isso habituei-me
julgo que até sinto um certo gozo em cheirar este aroma ácido
doentio? ridículo? não sei
julgo que a habituação nos leva a estas atitudes
habituação que poderá ter como sinónimos conformismo e preguiça
é isto que me move
ou melhor dizendo que não me move

01.09.06




[Não ia publicar esta patetice, mas como não havia nada mais que me incentivasse a uma actualização ao blog, cá ficou este pedaço de escrita, graças à insistência do colega blogger Rock rola em Barcelos que pergunta sempre por novidades :)
Em relação às actualizações ao blog, não sei se repararam que adicionei as "Leituras Recentes" (novamente). Estejam à vontade para comentar, tanto a patetice como o livro, se por acaso já o leram; eu vou a caminho de o finalizar (ainda falta...).]